
Esse texto é pra você. Acha que não merece? Pois eu acho que merece sim. Você que já fez eu me sentir no céu. Você que já fez eu me sentir no inferno. Você que já fez eu rir até minha barriga doer. Você que já me fez chorar sentada na beira da praia. Você que as vezes consegue falar mais do que eu. E que quandoe eu falo tanto, não reclama e me escuta, e ainda presta atenção. Você que já fez eu ter vontade de pegar um martelo e quebrar o teu carro todinho. Você que já me deixou esperando. Você que já apareceu quando eu menos esperava.
Louco, né? Mas você deve entender, porque eu sei que também já te fiz ter sentimentos muito diferentes. E é por todas essas sensações que tu me faz sentir que eu te dedico esse texto. Porque com tudo isso, eu aprendi muita coisa. Primeiro, preciso te dizer que eu sempre amei demais e odiei demais. E entre esses dois sentimentos existia uma linha fininha e quando eu atravessava essa linha, não voltava. Não olhava pra trás. Costumava acreditar que o amor tinha que ser perfeito. Que ter raiva não combinava. Mas contigo, aprendi que amor não é um sentimento linear. Descobri que é possível amar e odiar uma mesma pessoa em um espaço de tempo curtíssimo. E não tem nada de errado nisso. Afinal, se a gente não ama a si mesmo o tempo inteiro, se a gente consegue odiar a si próprio em determinados momentos, e se amar mais ainda depois, porque teríamos que idolatrar uma outra pessoa? Como se só o outro fosse perfeito, a gente não. Fiz muito isso, confesso. Mas você me mostrou que não é nada saudável ser assim. E isso é um belo motivo para eu te dedicar este texto e para te dizer que tu marcou a minha vida.
Até te conhecer, eu não aceitava defeitos. Amava, idolatrava, fingia que perdoava quando o outro pisava na bola mas no fundo guardava mágoa e esperava a primeira oportunidade pra pular fora, afinal, eu queria alguém perfeito. Daí eu ia embora, chorava, gritava, ficava me odiando por ter me iludido e em duas, três semanas no máximo já estava em outra, achando que tinha achado a pessoa perfeita. Até tudo se repetir. Um ciclo chato e vicioso. Um ciclo que hoje eu sinto que me livre. Coisa boa né? O chato é que tu não tá aqui comigo, e como tu não tá aqui, não vou te mostrar esse texto. E tá doendo sabia? Queria te abraçar e dizer o quanto tu fez por mim e te pedir se eu marquei um pouquinho a tua vida.
Mas daí eu me lembro de outra coisa que aprendi contigo: a pressa e a ansiedade são as piores conselheiras. E dai eu espero. Pacientemente (ok, nem tanto, mas estou no caminho). Sei que tu vai voltar, e talvez nem seja pra ficar…. Vamos nos olhar, nos beijar, brigar, tu vai ir embora, depois vai passar por mim como quem não quer nada, e eu vou fingir que não percebi que tu passou a noite inteirinha do meu lado e nada vai acontecer, até tudo isso se repetir. E sabe porque eu espero? Porque aprendi também que nem todo mundo anda no meu ritmo, que as pessoas erram e as vezes é preciso perdoar os outros e a si mesmo, é preciso ser flexível. E como tu vai aprender no teu tempo, é melhor não tentar atropelar as coisas.
Não vou mais procurar em outros corpos a tua presença. Não vou mais me iludir com a perfeição, porque ela não existe. Outro dia vi essa frase em um filme: “em uma relação, você deve aceitar a outra pessoa por inteiro. Não só as partes que gosta. E você é idiota se virar-se contra algo importante... como o amor.” Chega de ser idiota né? Leve o tempo que levar. Tudo tem sua hora, seu momento. E eu espero porque eu acredito que se tu conseguiu me ajudar a mudar tudo isso dentro de mim sem estar tão perto, imagina quando ficarmos juntos de verdade.